2. OS 1° Pontapes

Pai Vitor conta orgulhoso que quando jovem jogou futebol a um nivel bom por isso nao se chateia quando se lembra que o seu filho so’ queira jogar a’ bola claro que estragava os tenis todos os dias chegava a casa com os joelhos todos marcados e ate’ partia vidros mas nao conseguia chatear-se a serio talvez porque aquele filho lhe recordava a sua juventude?

Parece mesmo que sim, e tambem mae Manuela nao se atreve a ralhar-lhe nao pode dizer-lhe que o futebol nao interessa ou nao è importante porque foi atraves do futebol que conheceu Vitor.

Os 1° anos de escola decorreram tranquilos e sem dificuldade de maior Rui è bem aceite entre os colegas da classe que se disputam para te-lo na sua equipa nos intervalos.

Mas nao sao so’ os seus amigos que jogam a’ bola com ele, na realidade as bases necessarias e regras de futebol Rui aprende tambem com os amigos do seu pai, alguns deles vem visita-lo a casa e ficam admirados ao verem este miundo (sem medo nenhum) que os convida para jogar a’ bola mesmo como faz com seu pai. Tambem os parentes mais proximos nao passa despercebido a habilidade desportiva, talvez algum dos tios quisessem intervir e chamar a atençao para uma maior educaçao escolar. Mas a moral apaga-se ao chegarem a’ janela e observarem-no a jogar a’ bola no campo em frente a’ sua casa.

E aquela janela que o vidreiro ja’ amigo reparou ha’ pouco tempo, torna a reparar-se mais uma vez por culpa da bola, como è que se consegue segurar em casa o Rui quando o tempo nao o permite?

Os anos de escola primaria passam sem dificuldades, Rui tira boas notas e os professores sao unanimes em atribuir grandes valores na actividade desportiva.

De pequenino brincavas aos indios e aos cowboys? Torcias pelos ladroes ou pelos policias?

Sim, torcia pelos cowboys! Ainda que respeite todas as raças (nao sou uma pessoa racista) nunca fui contra os indios mas todos os meus amigos se vestiam de cowboys, e eu decidi ser cowboy tambem. Os 1° problemas apacerem no liceu precisamente porque a paixao pelo futebol obriga o as respectivas provas, e enquanto o pai o acompanha sempre de perto, a mae observa de longe pensativa; Serà mesmo o futebol o seu futuro? E a escola? Na vida è importante ate’ para que ele nao se arrependa um dia.....

Alguma vez te disseram algo que te magoou, porque achavas que fosse injusto?

Sim, ja’ aconteceu, principalmente os professores da escola.....

Mas se tu nao estudavas! Contou me o teu pai....

Nao, eu estudava e gostava de estudar, ate’ ao dia que decidi que podia e conseguia ser um jogador de futebol a serio, foi ai que nao me portei muito bem: è verdade que era cada vez mais dificil conciliar o trabalho de escola com os treinos de futebol, mas tentava levar a escola mais avante, ate’ que chegou o momento que tive que deixar os estudos, hoje... se penso nisso... acho que podia ter feito mais um ano de escola, e chegar igualmente a este nivel. Naquela altura alguns professores, disseram-me que nao era a atitude certa mas eu nao quiz ouvir mais ninguem, porque ja’ tinha decidido! Nao gosto muito de sonhar e pensar em voltar atras no tempo: tentei sempre seguir um estilo de vida, mas confesso que o maior erro da minha vida foi deixar a escola da forma como a deixei.

No coraçao dos pais hà qualquer duvida, mas hà a esperança que isto se torne realidade.

Os dias para Rui Costa, começam a ficar pesados de compromissos, e cumpri-los todos nao era muito facil, tendo em conta tambem a sua jovem idade.

Inevitavelmente chegam as suas primeiras decisoes, precisa de estudar, os parentes para visitar, alguns amigos convidaram-no para uma festa, mas…… hà o treino com a equipa de iniciados, e talvez se consiga uma prova com alguem importante.

Em casa o pai Vitor, e a mae Manuela, começam ainterrogar-se hà cerca de varios aspectos.

Esta crianca que futuro poderà ter? Mas por sorte os momentos de tensao, nao sao muitos, porque Rui nao è obrigado a escolher, è o futebol que se interessa por ele! As primeiras provas que fez correram bem, por isso começam a chegar os primeiros contratos. Rui està no setimo ceu, feliz como nunca e ainda mais porque consegue ter um lugar de apanha bolas nos jogos do benfica do campeonato portugues da primeira divisao.

Lembras-te daquela vez que eu te contei que fui apanha bolas no Benfica?

Era um adepto da curva e mal via um jogador ia logo pedir um autografo, e ficava triste, quando nao mo davam, por isso quando uma pessoa me pede um autografo, eu automaticamente lembro-me de quando era eu a pedir, por isso da-me muito prazer dar autografos, especialmente se sao crianças a pedir-me.

Resumindo voltar a tras quando tu pedias a Eusebio e outros jogadores famosos?

Sim, è verdade è mesmo isso!

Quem ve os campeoes que sempre sonhou instintivamente os estuda e o seu caderno dos autografos completa-se todas as semanas de autografos de jogadores prestigiosos, mas è o encontro com Carlos Manuel a marcar aquela altura.

Nao passa um minuto sem pronunciar aquele nome, ate' nao horas das refeicoes, depois vai para o quarto fazer os deveres da escola, mas sai passado poucos minutos para ir para o estadio, gritando que hà’ treino e que deve encontrar-se com o Carlos Manuel.

Um pequeno sonho? Sim, e um sonho que poderia acontecer no presente, basta que um campeao dos nossos dias seja suficiente humilde quando responde ao cumprimento de um jovem adepto.

Entao entre os miudos que encontras hoje pode estar um futuro Rui Costa!

Eu assim espero, de coracao!

Ate' porque acho que estou a fazer uma grande carreira, nao sou o numero um mas tambem nao sou o ultimo! Primeiro que tudo nao tenho inveja daqueles que sao superiores a mim e estou satisfeito daquilo que consigo demonstrar em campo por isso desejo a todos os miudos que hoje jogam futebol possam um dia chegar onde eu ja' cheguei sim espero sinceramente ter assinado muitos autografos a muitos futuros Rui Costa!

Imagina que engraçado se vejo um crescer na profissao ser famoso e mostrar-me uma foto comigo de quando era miudo dizer-me que fui seu idolo e depois ser superior a mim.

Quando encontrei Vitor em Florença estas conversas podiam encher 3 cassetes de 90 minutos do meu gravador portatil! Calmo, pacato, tranquilo, sempre com um sorriso o pai do Rui responde a todas as perguntas feliz ao contar uma relacao normal com o seu filho e cheia de satisfacoes agradaveis vividas em conjunto torna a repetir-me que de futebol percebe atè porque jogou-o a alto nivel no campeonato portugues e por isso compreende cada momento na vida de seu filho seja como pai seja como desportista na sala onde Rui trabalha e onde nos acolhe uma foto me despontou a atençao.

Um primeiro plano de pai e filho muito unidos diz-nos mais aquela foto que varias conversas ou entrevistas.

O pai do Rui è um portugues assim como nos italianos, calmo, pacato solar e naquela casa na colina de Fiesole è mesma essa a atmosfera que se respira pena que em Florença nao haja mar: para pessoas como eles seria seria mesmo o ideal seriam mais felizes ainda que longe da vosa terra?

Nao sei, mas podiamos dizer que os achamos calmos pacatos solares e ..... maritimos.